DANCER IN THE DARK - LARS VON TRIER




Lars von Trier tem como suas maiores funções explorar os limites do cinema e o cara explorou minha sensibilidade com a Selma Jesková (Bjork). E Lars sem nenhuma duvida conseguiu produzir o filme que mais me emocionou e arrancou lágrimas em toda a minha vida.


Em meu ponto de vista antes de iniciar o filme todo espectador deveria se perguntar: "O quanto do mundo eu ainda posso ver?" Pelo simples fato de Selma passar por todas as desgraças que a vida pode oferecer: mãe solteira, trabalhar duro como operária em uma fábrica, morar num trailer alugado e a cada dia ficar mais cega. E como se não bastasse seu filho herdar a doença degenerativa. Selma é uma imigrante tcheca pros Estados Unidos, e apesar de suas desgraças ela consegue escapar de sua realidade criando seu mundo de fantasias cantando e dançando, além de ser interpretada e o filme ser um musical da minha - e deveria ser a diva de everyone - Bjork. 

O filme é de 2000 - mas segue a linha do movimento Dogma (1995), que foi um manifesto assinado por alguns cineastas que se comprometem a fazer um cinema mais realista e menos comercial onde por coincidência Lars Von Trier lançou o projeto junto a Thomas Vintenberg em março de 1995, e uma das regras do projeto era que o som jamais pudesse ser produzido separadamente da imagem e era proibido o uso de acessórios ou cenografia.


"Eu brinco, de vez em quando... Sonho que as máquinas estão fazendo música".



A história transcorre em 1964 e o que deixa o filme "sensível" é o fato de Selma se sacrificar o tempo inteiro de diversas maneiras para salvar o filho da cegueira já que a sua doença infelizmente já não possui cura. E tenta ao decorrer do filme conseguir dinheiro para o tratamento de seu filho. 


Parece ser um filme como qualquer outro, certo? Mas não, Lars Von Trier faz com que o filme seja como um remédio ruim que faz bem através dos constantes sonhos de Selma, quebrando o ritmo daqueles musicais onde a galera sai cantando por qualquer motivo, deixando o musical mais para segurarmos as pontas e "torcermos" pela Selma, que transforma todo o barulho de uma fábrica em um grande musical, colocando coreografias em musicas como se fosse uma saída para suportar a realidade que está condenada a viver.


"Dizem que é a última canção, mas eles não nos conhecem, só será a última canção se deixarmos que seja." .



Meses ou anos depois de ter assistido Dancer in The Dark, devo agradecer a pessoa que me indicou esse filme - que em minha bela opinião é maravilhoso - e me apresentou a cantora Bjork - que é uma maravilhosa e hoje em dia uma de minhas cantoras prediletas -. E além das indicação foi a melhor professora que eu poderia imaginar ter e espero que os alunos dela - tanto os antigos tanto os de agora - achem ela tão magnifica quanto eu. Grandes saudades querida Flávia.