No auge da
inclusão digital, há 1245 Km de
distância, me juntei com a outra redatora aqui do La Belle Cubisme, a Victoria, para
assistir o emblemático, melancólico, e surpreendente filme de Honoré, “La Belle Personne”. Ela
no Rio Grande do Sul, e eu aqui, em São Paulo. E acreditem, deu certo!
O filme é dirigido pelo queridinho do cinema francês, Christophe Honoré. E narra a história da Junie (Léa Seydoux), uma garota de 16 anos que muda de cidade e
consequentemente de escola, após a morte de sua mãe. e acaba fazendo parte do
mesmo grupo social de seu primo, Mathias, e é lá que conhece Otto (Grégoire Leprince-Ringuet), garoto com quem fica sem compromissos mais sérios durante o filme. Mas Junie é muito (mas muito mesmo) bonita, e acaba despertando os
sentimentos de outros garotos da escola, inclusive de seu professor de italiano,
Nemours, representado pelo (maravilhoso) Louis Garrel. E aqui que ocorre o clímax, o amor de Junie e Nemours é
impossível, e passa a enfrentar problemas sérios, antes mesmo de começar a acontecer.
Honoré, não deixou a oportunidade passar e mais uma vez tratou os
relacionamentos homossexuais com muita naturalidade, beleza e romanticismo.
Dando um toque muito mais dramático e imersivo no enredo principal. A fotografia do filme é fantástica! A escolha de gamma e cores condiz
com o clima específico de Paris naquela época do ano. Sem muito contraste para
deixar o filme com um aspecto frio, tal como o clima da cidade, tal como o
clima da personalidade de Junie. Sem contar que os takes são mais longos e
ainda assim são imersivos, pois os diálogos não são tão difíceis e a métrica é
muito bem trabalhada.
O filme é frio, rápido e de certa forma... Lascivo. Isso pra não dizer
surpreendente e extremamente realístico! O que não faltou após o término do filme, foram assuntos sobre
memórias e acontecimentos reais, envolvendo tanto a Victoria quanto eu. E que se enquadrariam perfeitamente no enredo do filme.
O filme deixa MILHÕES de sentimentos e emoções subentendidas, isso graças
ao perfeito desenvolvimento dos personagens, como por exemplo, na relação entre
Nemours e Junie, não há momentos intensamente sexuais durante o longa, Os dois conseguiram muito bem passar a intensidade, o sentimento e a tentação
do que sentiam um pelo outro. Sem muita interação física ou diálogos longos, o que
torna o filme ainda mais imersivo e bem feito.
Um grande filme. Nada Holywoodiano. Que mostra a face efêmera dos sentimentos humanos e ao mesmo tempo a possibilidade de fugir de
sentimentos ou emoções com as quais não conseguimos lidar. Tratando uma dor,
com outra dor maior, que é, muitas vezes, doloroso, mas necessário.
Vale muito a pena assistir, confira o filme no IMDB aqui. E até o
próximo post pessoal! Se gostaram, compartilhem nas redes sociais! Adicionem o
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